Correio Popular Notícia




PREJUÍZOS
Maurão volta a denunciar cartel da carne

Data da notícia: 2015-12-03 11:11:44
Foto:

(Da Redação) O presidente da Assembleia Legislativa, Maurão de Carvalho (PP), usou a tribuna ontem (2) para denunciar, mais uma vez, o baixo preço da carne bovina pago ao produtor rural pelos frigoríficos em Rondônia.

?A coisa está cada dia pior. O preço da arroba de boi em Rondônia não para de cair, estando hoje a R$ 121,00, sendo menor do que no Pará, que é de R$134,00; e no Mato Grosso, que é R$ 132,00. Ou seja, estados que pagavam menos do que nós, hoje pagam mais?, denunciou.

Segundo Maurão, os grandes grupos frigoríficos que controlam boa parte do mercado rondoniense acabam impondo preços baixos à carne. ?Há um cartel que domina o mercado e determina preços baixos. O pior é que, nos açougues, a carne continua subindo e o consumidor pagando caro?, relatou.

O parlamentar informou que muitos produtores estão levando o gado em pé para abater em São Paulo, onde o preço da arroba é em torno de R$ 150,00. ?A que ponto chegamos, pelo efeito prejudicial do cartel da carne em Rondônia. Isso atinge os grandes, mas principalmente os pequenos, que não têm estrutura para levar o gado para fora do estado?, completou.

De acordo com o deputado, estão sendo vendidos bezerros para outros estados, causando perda para toda a cadeia. ?Estamos deixando de ser produtores de gado para abate, para produzirmos bezerros, que geram um lucro menor?, completou.

Apoio
Em aparte, o deputado Adelino Follador (DEM) denunciou que o grupo JBS Friboi domina aproximadamente 47% do mercado da carne em Rondônia. ?Isso tudo com um benefício de 85% de isenção de imposto. Do jeito que está, estão tendo redução de tributos e em troca controlando o mercado e estabelecendo o preço que querem, prejudicando aos produtores?, alertou.

Ao retomar a palavra, Maurão disse que o grupo JBS Friboi estaria temendo uma investigação dos financiamentos do BNDES. ?O Friboi é um grande beneficiário do BNDES e teme uma CPI no Congresso que apure os empréstimos?, denunciou.

Lazinho da Fetagro (PT) disse que, no próximo dia 9, às 17horas, os donos e representantes de frigoríficos vão ser ouvidos na Comissão de Agricultura no plenário da Casa. ?Se não vierem, vamos criar uma CPI para apurar a existência desse cartel. Mas, o estado não pode continuar alheio a isso e ainda conceder incentivos fiscais. Nesta Casa, não vamos deixar barato não?, garantiu.

Laerte Gomes (PEN) lembrou que no começo da atual legislatura, foi criada uma CPI para apurar a concessão de incentivos fiscais, mas não vingou.

?Volto a defender: acho que precisa ser revisto os incentivos fiscais para esses grandes grupos, que lucram muito e dão pouco retorno à sociedade. A carne, nosso maior produto, é controlado por um cartel e os produtores estão sendo lesados. No caso do leite não é diferente?, denunciou Gomes.

Também em aparte, Hermínio Coelho (PSD) lembrou que o governo envia projeto aumentando tributos que, segundo ele, afetaria diretamente os pequenos, mas concede isenção tributária para um grande grupo frigorífico. ?Está errado e não podemos aceitar isso de jeito nenhum. A Assembleia precisa tomar uma posição contra essa aberração?, completou.

Marcelino Tenório (PRP) denunciou que o baixo preço tem levado produtores a venderem bezerros para outros estados, onde conseguem um preço maior. ?Daqui a uns seis meses, os frigoríficos vão ter dificuldade em ter boi para abater. Uma média de R$ 27,00 a menos no preço da arroba, em relação ao demais estados, é inviável?, acrescentou.

Jesuíno Boabaid (PTdoB) declarou que, mais importante do que aumentar impostos, é reavaliar os incentivos concedidos a grandes grupos.Rosângela Donadon (PMDB) afirmou que foi procurada por pecuaristas do Cone Sul, que cobram a melhoria no preço da arroba do boi. ?É uma reclamação geral e precisamos defender a quem trabalha e produz. Nosso boi é criado a pasto, com a alta qualidade da carne e não pode ter um preço irrisório?.

Luizinho Goebel (PV) alertou que o setor produtivo precisa ser protegido e apoiado. ?Temos a geração de mão de obra e, mesmo com os incentivos, temos uma boa arrecadação da pecuária. É preciso cuidado para não matarmos a galinha dos ovos de ouro. Tudo o que pudermos isentar e apoiar precisamos fazer, sob pena de plantas frigoríficas fecharem as portas?, observou.

?Temos que mostrar que não é viável vender o bezerro para fora de Rondônia, pois vamos continuar perdendo e sendo prejudicados. Quero agradecer aos parlamentares pelo apoio e vamos seguir nesta luta?, finalizou Maurão.
Com informações da Assessoria.

Fonte:






Noticia vista 1358 vezes


Compartilhe com seus amigos:
 




www.correiopopular.com.br
é uma publicação pertencente à EMPRESA JORNALÍSTICA CP DE RONDÔNIA LTDA
2016 - Todos os direitos reservados
Contatos: redacao@correiopopular.net - comercial@correiopopular.com.br - cpredacao@uol.com.br
Telefone: 69-3421-6853.